Pensamentos diários : https://loudpoetry.webnode.pt/meu-trabalho/
É o local onde podes encontrar tanto pensamentos sobre a vida, a nossa existência, a individualidade. É também onde vou publicar fotos de locais que mexem comigo, que me fazem sentir viva.
Amar-te
Amar-te é mais fácil do que qualquer outra coisa. E foi assim que percebi que era o que eu sempre quis. Sempre ouvi dizer, que se és tão jovem e já tens problemas com quem amas, as coisas não tendem a melhorar, e por isso é crucial habituares-te desde cedo a ter alguém que te faça voar, que faça com que tudo flua melhor e mais facilmente. E tu és tal e qual o que sempre sonhei ter. Alguém que me ama incondicionalmente, e em quem confio sem pensar duas vezes. Sinto que te conheci numa outra vida, talvez. Não digo que és a minha cara metade porque eu já estou preenchida sozinha, mas trazes novas cores na paleta do meu mundo. E seria estúpido perder esse brilho que conheci. Não me quero nunca habituar a isto, porque todos os dias é um novo capítulo que estou a viver contigo. E nunca irei tomar tudo por garantido. Antes de saber amar, eu fui tua melhor amiga, e conheci tudo o que tu gostas, desde a Marvel até Star Wars, desde a Amy Winehouse até The Beatles. Eu entrei no teu mundo que agora também faz parte do meu, e tem sido tão refrescante. Ter alguém que admiro ao meu lado, que tem sonhos tão grandes como os meus. Alguém que quer voar comigo para todo o lado sem me cortar as asas. Eu aprendo contigo e tu comigo, eu sonho com jornalismo e tu com engenharia, e eu acho fascinante ver-te a estudar embora não entenda nada dos teus números, e tu adoras ver-me entusiasmada com os meus novos projetos e és sempre o meu maior fã. Apoias todas as minhas aventuras e estás lá para me amparar se eu cair. É difícil não acreditar no destino quando se trata de ti. Eu nunca quis namorar por namorar, eu já tive a minha dose de desgostos e mágoas, e nem estava a pensar mergulhar novamente no grande oceano do amor. As minhas amigas incentivaram-me ao máximo para eu não ter medo, para me abrir novamente. E foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado. Antes, achava que sabia o que era amar, mas estava muito enganada. Eu nunca amei antes. E agora eu sei disso. Para mim não houve um antes, eu não amei, porque só aprendi contigo o que isso significa. Eu não tenho medos, contigo. És o meu reflexo, vejo-te em ti, e serei sempre a melhor que posso ser contigo, nem preciso de tentar. Tu puxas pelo meu lado positivo, e pelo meu lado sonhador.
Morte
Este tema é bizarro mas pronto. No outro dia estava a pensar em várias coisas, a pensar demasiado claramente, e de repente "percebi" que um dia vou morrer. Provavelmente estão-se a questionar, a sério Liliana só agora é que percebeste isso? Vou tentar explicar. Quando nascemos, vivemos obviamente sabemos que a nossa vida um dia chega ao fim. Quer dizer temos uma ideia abstrata que isso vai acontecer. Quando ficamos mais velhos (o que é um processo assustador) de repente vemos pessoas que conhecemos desde o início da nossa vida a morrer. Pessoas mais velhas: avós, amigos de avós, amigos de família. É estranho mas quanto mais crescemos mais nos "habituamos" (com muitas aspas, porque não é literalmente) à ideia de que os outros um dia morrem. É claro que quando pensamos nas pessoas de quem gostamos o caso é diferente e só de pensar nisso quase ficamos em pânico. Mas no geral vamos conhecendo mais e mais pessoas que hoje já morreram da idade e pronto, sabemos que é algo normal e faz parte. Mas há uma clara diferença: quando alguém morre, a nossa vida continua. Vamos ao funeral, despedir-nos da pessoa, lamentamos, sofremos pelo luto caso seja alguém próximo obviamente, mas continuamos aqui. Não sei explicar mas até parece que é um sentimento um bocado egoísta mas enfim isso fica para outro texto.
Agora, quando se trata de NÓS, eu, como pessoa, ser humano, o caso é muito diferente, mesmo. Lá está, se alguém que conhecemos morrer nós ficamos cá na mesma, e a vida segue. Mas se eu morrer, (obviamente né) eu morro, eu deixo de existir. E foi essa sensação exata, esse sentir de realização de "wow um dia eu de repente passo de ter décadas de vida e morro??? já não respiro, existo, eu não estou cá para sentir que morri e que a vida acabou, porque simplesmente se eu morrer a minha alma, os meus sentimentos, desaparecem." É exatamente isto que eu "percebi" no outro dia. E isso sinceramente deu-me um bocado de pânico. Eu neste momento estou a entrar em pânico a escrever isto. É tão assustador esta ideia. Como assim nós temos uma data limite no planeta? A sério eu acho isso revoltante. Porque é que eu nasci sequer? Para ter os meus dias contados e um dia morrer? Isso não faz qualquer sentido. Não sei explicar, acho que algumas pessoas vão ler isto e simplesmente não entender onde quero chegar e lamento. Eu simplesmente acho tão estranho como tudo funciona. A nossa vida é uma anedota honestamente. Nós nascemos, por escolha de outras pessoas, e um dia morremos sem ser a nossa escolha. Isso não vos revolta minimamente? A mim sim, sinceramente. É como se fossemos uns brinquedos nas mãos do destino.
Amar
O que é amar? Decidi tentar responder a essa pergunta, tão difícil e complexa. Não vou dar um sinónimo, apenas descrever o que sinto quando amo alguém. Amar alguém é primeiro de tudo ser o seu melhor amigo. Antes de surgirem questões de sentimentos vem a proximidade que sentimos, antes de podermos classificar o que sentimos como amor. Sentimos que aquela pessoa andou pelo universo todo e agora como por magia veio encontrar-nos. É clichê mas é como chamamos de "cara metade", "alma gémea." Sentimos que podemos contar absolutamente qualquer coisa sobre nós, mesmos as camadas mais negras e profundas que ninguém alguma vez viu. Nada é embaraçoso, demasiado íntimo quando se fala com aquela pessoa. Amar alguém é também crescer e aprender. Nunca vamos ser perfeitos, vão haver sempre momentos menos bons. Nessas alturas vamos aprender e dar tudo para ser a melhor versão possível de nós mesmos. Outra coisa essencial em amar alguém: sentir que o relógio nos odeia. Parece que as horas voam, as 24 horas do nosso dia não chegam. O amor é assim. É como se fóssemos dois
It´s ok not to be ok
Hoje decidi deixar-vos com um poema que escrevi em inglês. Chama-se it´s ok not to be ok porque todos temos os nossos altos e baixos e não há nenhum mal nisso. Este poema foi escrito numa fase menos boa já à alguns anos atrás e eu decidi descrever a confusão em que estava a minha mente nessa altura.

I know that it's all messed up
You don't feel yourself anymore
You don't even know who you are
And that's ok
I know that words don't change the confusion
Our thoughts are turning dark black
And we don't accept the bright colors
Because they want to show us that it's all ok
I don't want to feel like it
I want to cry, scream
I want to sit into my lonely bed
And I want to feel
Right now, I feel something
Right now, It started to rain
I somehow feel better
Because the rain is washing everything away
I'm driving this car that never stops
It represents my mind
I try to shut it down several times
But I can't stop it
I want to feel sad
But at the same time I don't
Just like an unstoppable car
There's no exit
So, I want to feel myself again
I want to stop feeling this shame
Because I thought that love was good to me
But things are never that easy
When it gets dark
I personate this character
I'm a lost astronaut
I'm silently crying and my place is far away
I look around me
And now I understand how lonely things can get
So I close my eyes
And I breathe
O vazio
Do amor ao ódio
O que mais temia
Como pode o céu estrelado ficar escuro
E as esperanças vão como lágrimas
Como pode a leveza ficar amargurada e fria
Objetos, memórias, tudo esquecido
A solidão abraça-nos no final
Já pensei em mudar
No dia em que já não havia nada
Nunca estive tão além
Procuro um destino para lá do que sei
Pertenço ao que está já longe
Cá sou jamais um quem
Já quis ser tudo
Hoje só quero viver o destino e o caminho
Aprendi o que fui e o que não quis
Agora pego no passado e sou mais
O maior medo é o vazio

O amor não é um jogo/Conflitos
21-12-2017

Eu não sei o que pensas que estás a fazer. Puxas-me para perto, afastas-me nas horas a seguir. Eu não sei. Mas sabes, o meu coração está cansado. Eu sei, ainda sou uma "criança" e parece ridículo estar a dizer isto. Mas eu sinto-o cansado. Quando gosto de alguém, dou tudo, e nunca me arrependo. Sabes porquê? Porque essa sou eu. Eu sou uma romântica, e quando gosto, sinto o sentimento a correr pelas minhas veias, ocupo-me ao máximo com o que me motiva, e isso faz-me bem. Não me arrependo, porque eu faço exatamente o que se deve fazer numa relação: entregares-te, seres honesto, transparente perante todas as tuas galáxias, deixando á vista até o pó lunar mais escuro que te ocupa. É isso que faço. Mostro a pessoa boa, querida, generosa, quando o tempo está soalheiro, mostro o meu lado mais escuro, confuso, paranóico até, quando me encontro perdida no labirinto da noite. Eu amo, e sinto todas as palpitações do meu coração a bombardearem esta luz. Porque é que haveria de me sentir culpada? Não, quem se deve sentir culpado é quem trata as ligações amorosas como um jogo. Quero ter alguém e posso? Simples, namoro. Quem brinca, espezinha os corações bondosos dos outros é que se deve sentir culpado. Por tudo isto e mais, espero que não estejas a jogar comigo. Que o meu coração não seja um peão no teu tabuleiro, que eu não seja mais uma pessoa no meio da multidão... Esta sou eu, entrego-me a ti. Com todas as minhas imperfeições e qualidades, com o que me faz sonhar e com o que me atormenta. Mostro-me perante ti. Agora? É contigo. Eu não posso evitar que me desiludas, por mais que quisesse, eu apenas posso fazer a minha parte e esperar que faças o mesmo.Não tenho medo de amar, nem de me magoar. Só tenho medo de me sentir apática, vazia, de não viver! Eu sigo os meus instintos, sigo as linhas que me desenham, e flutuo com o vento. Eu vivo. Se der certo, se der errado, há algo que fica sempre igual em ambas as situações... é que eu continuo aqui, a manter-me forte. Forte por mim mesma. E isso, nem tu me podes tirar. Nem tu que mexes comigo, que me fazes perder a cabeça, que me tiras os maiores sorrisos, que me dás vida, e a mesma podes um dia querer tirar. Ninguém pode tirar aquilo que cresce dentro de mim a cada batalha: a força. /// Mas... porque é que me fazes tão bem e tão mal ao mesmo tempo? Porquê? Eu fico confusa. Os teus "desculpa" já não são suficientes! Desculpa é uma palavra, e eu quero mais que palavras, quero ações, porra!
Morro de sede pelo teu amor
Uma flor no meio de outras, muitos passavam e olhavam, avaliavam. Mas tu passaste, observaste os lugares mais escondidos dentro de mim, e tu ficaste. Sim. Acreditas? Eu não quis acreditar. Tu acariciaste as minhas pétalas, que se tornaram mais e mais macias com o teu toque. Incendiaste-me com o teu pó lunar. E as tuas chamas não me feriram, não me magoaram. Incendiaram partes de mim que nem eu sabia que tinha. Mas eu tinha espinhos, muitos espinhos. E esses espinhos podiam meter medo, eles podem cortar se não tiveres cuidado. Mas isso não importou pois não? Tu sempre soubeste que tinha espinhos e das suas consequências. Mas tu colheste-me do meu jardim e deste-me um novo lar. Trataste de mim, dos meus espinhos, das minhas pétalas. E ofereceste o melhor lar que podia ter recebido: o teu coração. E ele era tão meigo, macio. Eram almofadas que me confortavam nas entranhas mais profundas do teu ser. Foi aí que eu descansei. Deste-me tudo o que precisava. Mas eu precisava de ser regada todos os dias, e tu sabias. E não era uma água qualquer. Essa água chamava-se amor. E eu precisava dessa água, e habituei-me tanto que chegou a ser perigoso? E se um dia deixares de me regar? O que vai ser de mim? Tornei-me tão dependente que chega a ser perigoso. E hoje, um ano depois ainda preciso que me regues. Todos os dias.
Sê feliz!
Tens todos os motivos para ser feliz. Oh, a sociedade odeia-te? Ignora. Tens todos os motivos para ser feliz. Sorri! Lê um livro, embarca numa nova aventura. Não precisas de ninguém para seres feliz! Mas arranja um namorado. Felicidade? Eu sinto-a quando vou ás compras e encho o meu armário de coisas novas... Mas o dinheiro não compra a felicidade! Felicidade? Quando faço uma nova operação plástica. Mais rabo, menos cintura! Sê feliz contigo mesma. Mas marca uma consulta com o meu médico, ele é o melhor! Anda direita, sê calma, fala com bons modos. Não julgues alguém pela aparência. Oh, olha aquela coitada... Não sejas como ela. Fofocar é feio! Sabias que o namorado a deixou? Sê reservada! Mas sê tu mesma. Define o teu futuro. Mas segundo as minhas condições. Faz com que todos te amem! Tira boas notas, um bom trabalho, tem uma família e morre. Sê feliz!
(Eu preciso/quero) escrever
Quando és uma pessoa apaixonada pela escrita, pelo surgimento dos pensamentos, da reunião dos mesmos e em todos chegarem á sua característica ordem não consegues parar de filosofar, de escreveres mentalmente poemas, de veres poesia em tudo o que tocas, e a tua mente nunca dorme, nem mesmo quando tens o corpo adormecido. Aliás, a nossa mente nunca realmente dorme, mas nem todos têm essa noção, mas tu provavelmente tens porque pensas nisso. Entendes? Não é por acaso que sonhaste com aquela tua cara-metade, que ainda habita no teu coração mesmo depois das vossas inúmeras discussões, dos insultos, dos gritos, o teu coração ainda preside nessa pessoa. Não é por acaso que sonhaste com os teus maiores medos, com coisas que te aprisionam nas tuas decisões do quotidiano. O motivo disso não é nenhuma daquelas coisas sobrenaturais que a humanidade gosta de acreditar porque lhes tenta mostrar que há esperança da tua vida ser mais que humanos, mais que dinheiro, mais que horas limitadas por trabalho, mais que tu mesmo, não, o motivo é simples, claro como a água, a tua mente é uma janela. Janela? Sim. Janela. Mas para quê? É isso que pretendes conseguir responder, não tenho aqui uma resposta definitiva para dar, porque tu mesmo (a) é que tens de encontrar a resposta dentro de ti. Se eu encontrei a minha resposta? Talvez sim, um bocado. Eu já percebi algumas coisas que talvez sirvam de peças de puzzle, e isso torna-me cada vez mais rica, cada vez mais perto de algo que não existe: a sabedoria absoluta. Não pretendo chegar lá mas todos os momentos em que me sinto completa por dentro, esses momentos fazem-me sentir útil, útil para ninguém mais que eu mesma. E é isso que eu pretendo. Não é agradar-me, não, é sentir-me completa, plena. É dessa forma que me sinto quando escrevo, quando sei usar as palavras certas nos momentos certos, quando sei descrever exatamente os olhos dele quando sorriu para mim pela primeira vez e como as mãos dele tremiam quando demos as mãos pela primeira vez. Quando fecho os olhos e aquele momento ainda vive dentro de mim, ainda está a decorrer num universo paralelo, um quarto com janela, no qual o vento entra e esvoaça o meu cabelo, enquanto andamos de carro numa noite de Verão e a música é abafada pelos teus beijos. E esses momentos ainda não aconteceram mas vivem nessa mesma realidade paralela. E tudo isto ocorro dentro do meu pensamento. A minha coisa favorita no pensamento é a forma como eu escrevo segundo ele, segundo pontas soltas e de repente algo se desenrola, e quando dou por ela já estou a falar de outra coisa subrelacionada com aquilo que iniciou o meu texto. Ou mesmo quando não há nenhuma relação entre os dois: quando começo a falar daquela pintura linda que vi num museu e acabo a falar dos movimentos que fazes antes de me abraçares ou como a minha cabeça repousa nos teus ombros de forma alinhada, como se fossem almofadas que aconchegam a minha mente complicada e desordenada. Não é um bom exemplo, porque ambos se relacionam: são arte. São arte pura, que se pinta segundo as nossas vivências e não segundo leis estúpidas que foram impostas e devemos respeitar porque assim o são. Se sou contra elas? Não. Sou contra fazer algo porque tem de ser, contra agir conforme todos os outros antes de mim agiram. Somos todos únicos, todos mentes palpitantes e vivas, sempre em movimento. O que fazes com ela é contigo. Mas tu és arte. A tua essência torna-te arte. O que é arte? Isso é algo que vou deixar para outro dia explicar, conforme aprendi, não em escolas e sim em reflexões. Ele e eu somos mais que leis escritas em papéis por antigos habitantes deste planeta, somos uma brisa refrescante. Isso é arte. Vêem como comecei a falar em mim e acabei a falar em nós? Isso é amor. E é a escrever que tiro estas conclusões. Eu realmente sentia a falta de escrever de forma livre. Isso é arte.
Tempo
26-09-2016
O tempo. O tempo é um tema algo curioso e interessante que palpita em mim junto com as suas perguntas e respostas. Há pessoas obcecadas por ele, outras que ignoram (grande % da humanidade) porque é um dos vários elementos da nossa vida, por assim dizer. Nós sabemos que respiramos oxigénio, e não é como andássemos 24 horas por dia a pensar "eu estou a respirar agora e nem dou por isso" (é claro que dás por isso porque estarias morto se não tivesses a respirar MAS tu entendeste o que quis dizer, penso eu).
É algo tão natural, que nós não pensamos muito nisso ou tentamos não ficar a pensar demasiado e ficarmos paranoicos (como eu fico sempre que reflito demasiado em coisas aleatórias.) Tu sabes que respiras desde que tens capacidade para pensar por ti mesmo e apenas já te habituaste á ideia. Ok já estou a ficar com paranoia, e é por isso que odeio escrever sobre coisas que eu tento ignorar. Mas pronto, tu sabes que o tempo é o teu ditador, que todos nós temos uma hora na nossa rotina, aquela para ir dormir (eu não), para ir para a escola, para esta aula, o intervalo, hora do lanche, almoço, aquela reunião que tu tens de arrasar caso contrário perdes o emprego e juntas-te á orquestra de desempregados do teu país. Sabes aquela expressão "o mundo não gira á tua volta"? Bem, a nossa vida realmente gira á volta do tempo. Imagina se estivesses fechado um ano inteiro em casa sem relógios, tanto virtuais como aqueles nos despertadores que temos em casa mas não usamos porque a tecnologia os ultrapassou. É insano como nós, seres humanos dependemos tanto de elementos.
Se estivéssemos sem qualquer tipo de relógio ou rede social, sem a luz do dia, o nosso relógio biológico ia continuar a durar até o "desligares", mas e depois? Aquelas manhãs em que pedes mais um minuto ou finges que saíste da cama, os teus pais vão para o trabalho (eu sei que falo muito em torno da adolescência mas honestamente não vou falar sobre algo que ainda não explorei o suficiente). Ninguém te ia acordar. Imaginemos no caso que tens escola a partir de casa já que vivias isolado e a tua professora batia á tua porta e nunca abrias, eu acho que já entendeste. Nós dependemos do tempo, o nosso corpo já se habituou, mas não deixa de ser bizarro... Eu pessoalmente odeio sentir-me dependente de algo, gosto de estar com quem amo e não ter de ver as horas a cada 5 minutos (aqueles que eu creio que passaram), estar obcecada com compromissos e deixar de viver o agora. Gosto de estar deitada a falar ao telemóvel por quanto tempo desejo sem ter de pensar "já deve ser tarde".
A madrugada em que senti a tua falta quando pensei que tinhas partido
25-09-2016
A vida resume-se em adormeceres em chamada com quem tu amas ou deixares a pessoa adormecer e não ficares chateada. Estares doente e precisares de companhia para uma noite difícil e essa companhia estar adormecida e tu já sentes a sua falta mas não podes nem deves fazer nada, ele está a dormir. Avançares repentinamente e deitares tudo a baixo ou deixares estar mas morreres de vontade. Ter ou não ter. Sentir ou deixar ir. Amar ou perder. Agarrar o amor ou deixar ele escapar na palma da tua mão, embora deixe sempre o seu rasto e fazer ricochete no ar e voltar sempre para ti mesmo que gasto. Quando ouves a mensagem que ele te deixou no voice mail em que diz que te ama entre lágrimas e como sente a tua falta e tu ouves a mensagem repetida a fazer eco nas profundezas do teu ser e é como se estivesse a falar contigo mesmo agora, e é ainda melhor. Ele entende a saudade que sentes. As piadas que contam um ao outro mesmo quanto a casa já se desmoronou e vocês perdem o manual de instruções. Se nós não podemos reconstrui-la podemos olhar para ela e apreciar o quão longe já fomos. Eu não te tenho mas já tive, aliás, eu sei que ainda te tenho, nunca nos perdemos mas ficamos preso na estrada do até nunca, estamos a tentar seguir as direções colocadas em placas onde pessoas deixaram o seu testemunho e tentaram avisar o que deves ou não seguir, o que evitar e não permitir. Mas o amor não se resume em seguir direções e sim em gritar, sentir, vibrar e matutar. Resume-se nas noites que estavam ao telemóvel e ele estava cansado da viagem e odiaste-o por minutos, talvez horas, mesmo um bocadinho que fosse porque sabias que não foi culpa dele mas parte de ti odeia-o porque agora ficaram sem se falar e amanhã é um novo dia e ele disse que amanhã não dava para falar... Ele contenta-se com o que a vida dá e isso dá uma certa irritação em ti, mexe contigo. Tu queres mais, queres falar mais, comunicar, estar lá quando não devias, amar infinitamente, mesmo que de forma invisível, sou uma amante perdida neste conto de fadas que nunca foi um conto de fadas porque eles não existem e a felicidade não é nada mais que algo momentâneo que desaparece quando menos esperas porque a tomas por garantida.
O título não faz jus ao texto
25-09-2016
Deixa o teu corpo sentir a palpitação do sangue a correr nas tuas veias. Abre a porta que fechaste no teu coração. Cai no meu abraço e sente-o quando já está longe. Mete a chave num banco de um jardim quando estou perto, para poder senti-la quando abro o teu coração. És a minha anestesia, aquela que preocupei em todos os cantos do meu quarto, nas noites escuras em que tinha sempre a tua visão. Um só beijo podia trazer-me de novo, e um abraço curar a essência dos pedaços acabados em perdição. Agarra nos meus braços e aperta forte no teu peito e as lágrimas vão lavar o choro das madrugadas em vão. Não me deixes ir... Eu não quero. Eu quero ficar. Prometo nunca falhar contigo, todos os meus defeitos vão ser curados nos teus beijos e os teus guardados na palma da minha mão. Talvez sejamos românticos incuráveis que nunca vão parar de andar em círculos a procura de uma resposta que teima em não chegar.. E talvez sejamos tão infantis que nunca vamos de outra forma conseguir aprender. A verdade é que pensamos sempre que algo vai mudar e que os km que nos separam são aqueles que estão escritos na rua e não dentro dos sentimentos que são impulsionados pela dor de te perder e que as nossas diferenças falem sempre mais alto. Perguntaram-me para descrever o meu mundo e eu pensei logo no teu nome e ele ficou ali a flutuar na ponta da minha língua e quase o pronunciei mas depois a anestesia acabou e tive de acordar.
Pensamentos esvoaçantes de uma noite calma
17-09-2016
A continua informação. Pessoas a gritarem na TV. Sofás que servem de cama. O lento fechar de pensamentos, o rápido acordar. Os pensamentos continuam. A mensagem que nunca chega. A chamada: esperada, tão esperada. E as inseguranças, o medo, o apoio, a carência, os nervos e a raiva. Todos os atos que nos passam na cabeça mas que ficam congelados no ar: por receio das consequências, porque sabemos que aquelas ilusões não passam disso mesmo. Porque passámos anos a mergulhar em ilusões e quando viemos á tona encarámos a realidade. E nós não queríamos. Não! Estava tudo tão bom ao ritmo das ondas... Mas foi quando eu me estava a afogar que percebi a minha força. Quando o meu corpo já não conseguia funcionar através da calma de ondas incertas que me quiseram iludir. Eu gostei do tempo em que acreditava que tudo isso era bom e suficiente. Só que agora esse tempo passou como o tempo que a chuva demorou. A chuva parou, alagou cidades mas parou. Os escritores gostavam do som da chuva a bater no teto, a cair num dia em que o céu não tinha mais tonalidades do que as pálidas. Parecia tudo tão nada. Mas o tempo nunca parou. Os segundos passaram e eu continuei aqui a pensar sem parar. E quando olhei de novo para o relógio percebi como quase nada está ao meu alcance. E ainda bem que não. Eu estou aqui para aprender e não para sentir poder.
Os inevitáveis ciúmes
31-08-16
Esta podia ser a primeira vez que me tinha ocorrido escrever sobre o tema "ciúmes". Eu disse podia, sim, porque não é. Este tema é mais um do mesmo, retirado do mesmo tipo de caixa, do mesmo pensamento rotineiro inevitável. Há pessoas que amam que o parceiro tenha ciúmes, outros odeiam, outros têm e controlam, outros têm e não querem controlar, a lista vai por aí e diante... Eu? Bem, acho que é suposto eu realmente ser sincera e "aberta", é o meu objetivo aqui. Se eu sou ciumenta? Definam ciumenta. Aquela namorada que parte o carro do namorado se ele mete gosto na foto de uma amiga? Aquela que pega no telemóvel dele ás escondidas quando ele sai para o wc? Ainda: aquela que destrói a casa quando tem um pensamento menos favorável que relaciona quem ela ama/adora/gosta/conhece com outra pessoa? Não, então não sou. Se eu sou o tipo de namorada que ás vezes sinto assim um nervozinho a incomodar-me, uma sensação nada boa, de raiva, que passa e que me faz ter vontade de perder um bocado as estribeiras e dizer coisas nada convenientes? Pois, sim. Eu não gosto muito de abordar este assunto, primeiro porque não tenho experiência suficiente para dar um ponto de vista informado e pensado, depois porque há tanta coisa para falar, tantos caminhos que as palavras podem seguir que fica complicado colocar tudo escrito num blog. É verdade que tenho, de facto, ciúmes, claramente. Se eu vejo aquele rapaz a ter uma conversa demasiado animada (na minha cabeça, claro) com uma rapariga que aparenta ter interesse amoroso nele, a minha vontade não vai ser de dar uns abraços e carinhos nela até adormecer e depois tapá-la com uma manta confortável. (isto está a fazer-me soar como uma psicopata, bem-vindos ao grupo.) Eu vou ficar algo irritada, até amuar o resto do dia com ele, porque gosto dele e não controlo isso, e neste caso nem relação amorosa existe entre nós. Porque gosto dele e não sei esconder o que corre nas minhas veias, porque eu não escolhi amá-lo. Os ciúmes estão lá em certas situações, aparecem como um elefante numa sala e ficam lá a mexer-se como se não tivessem acabado de entrar na porra da tua sala (já agora, porque é que tens um elefante na tua casa..? Isso é estranho. Gosto disso.) E tu podes encará-los e dizer "não me incomodas minimamente, queres um chá?", podes dizer "olá, elefante, eu vou atirar-te todos os meus pratos e mobília, porque te odeio e agora estou irritada e sim, o meu namorado tem culpa porque deixou a porta aberta" (metáfora para ele gostou de uma foto, andou amigo de uma rapariga que eu odeio) sem motivo ou então dizer, com razão a mesma frase, quando ele andou de facto a sair de casa sem fechar a porta (e por isso tens um elefante na tua sala, não percas o raciocínio, ok?). Eu não sou a tua psicóloga, ou a tua mãe, ou a tua ídola em entrevistas sobre os mesmos assuntos de sempre a dizer para seres tu mesma e seres forte. Isso é a frase mais falsa, as pessoas não querem que sejas tu mesma, querem modificar-te ao gosto delas. Eu podia dizer "tens de controlar os ciúmes, é a tua imaginação" mas eu não sei o que se passa na tua vida, e não sei se ele te anda a trair ou não, eu realmente não sei, desculpa. Por isso, eu vou limitar-me a dizer aquilo que me sinto na permissão de o fazer. Os ciúmes não são algo tóxico e feio, eles não são o motivo de se partirem coisas e de se pensar em formas de matar pessoas lentamente e de forma bruta (demasiados detalhes?.) Isso, bem, é causado por (pelo menos) duas coisas: o amor e a capacidade cerebral de certas pessoas. Primeira: o amor, sim, não vou alongar-me com todas as frases lamechas sobre o amor, tu já sabes. Ele faz-nos sentir coisas novas, "estranhas" e nem todos sabem lidar com isso, e tu não és parente do teu parceiro, se ele não sabe lidar com as coisas que pelo menos devia saber lidar por estar numa relação então não podes ficar lá a ensiná-lo para sempre. Mas o amor não é motivo muito menos desculpa para certas coisas. E por isso a capacidade cerebral. Com isto quero dizer que: toda a gente tem ciúmes a menos que a pessoa tenha retirado todas as emoções e transplantado elas para outro alguém (nesse caso diz-me como posso fazer isso). Apenas existem pessoas que os controlam, outras que não. Também há pessoas que controlam ciúmes e são traídas, há pessoas que não os controlam e são traídas, e vice-versa (entendeste o que quis dizer? Não. Que merda.) Não é por seres uma flor de estufa que não vais ser traída por um anormal, e não é por seres uma cabra maníaca que não vais ser traída. Por isso não penses nem moldes a tua forma de ser pelas probalidades de passares por uma traição. Não controlas isso. Faz isso por ti mesma. Tu não sabes se estás a ser dramática e ele nem meteu o gosto (maldito) por interesse. Tu não sabes se estás a confiar nele e ser apunhalada. E não venham com o moralismo de "numa relação tem de haver confiança" porque essa confiança já acabou em muitas traições. E essa mesma confiança já levou a casais felizes e infinitos. Acho que já entenderam que qualquer que seja a vossa forma de agir, a probalidade é sempre 50% (a menos que toda a gente já te tenha avisado e tu continues a acreditar nas palavras que ouves.) Ou talvez essas pessoas só queiram o teu mal. Conclusão: sê flor de estufa, sê uma maníaca. Apenas não sejas o que quer que seja por números, estatísticas. A probalidade de dar merda é a mesma. És mais do que isso. Escolhe o que for melhor para ti, o que te for na alma e no coração, não o que estás habituada a ver acontecer. (Isto é dirigido a rapazes E raparigas, eu escrevi no feminino porque são 3 da manhã e não tenho vontade de meter as duas opções a cada 3 segundos. Dêem um desconto.)
A vida e a morte
30-08-2016
É verdade, o tema da morte é um tema que vem sempre, sempre, á tona. Porquê? Porque é algo que nós somos obrigados a encarar, a menos que escolhamos viver na ignorãncia. É suposto vivermos a nossa vida, afinal, o que é que podemos fazer? Não escolhemos o hoje, o amanhã. Fazemos planos, mas não sabemos se os vamos executar. Não há certezas, apenas a certeza de que não podemos ter certezas (a típica frase que todos os escritores usam um dia.) E a morte é algo que eu penso com muita, muita frequência. Pode ser considerado algo mau ou algo bom, dependendo de alguns fatores. E a minha mãe diz-me: "Liliana, não penses nisso! És tão nova e já a pensar nessas coisas. Não vale a pena." E eu digo: "Eu sei, eu sei." A morte não escolhe idades, nem circunstâncias, podes ser tu hoje, ele amanhã, ela daqui a 3 dias. Ora, tu sabes. Nada podemos fazer. Mas, com os pensamentos colocados no sítio, é algo positivo. Como nós sabemos que não somos infinitos e que por isso estamos a estagiar no planeta, e que nunca passaremos de meros estagiários, podemos transformar isso em algo realmente benéfico. Não digo, portanto, que temos de andar obcecados com a ideia e de chorar com medo, de nos escondermos em casa, fugirmos dos nosso problemas, e sim de apreciar mais cada momento. A vista do nosso prédio, as obras que nunca mais acabam, o sorriso dos nossos familiares, os jantares, os almoço de família que são aborrecidos e nos dão sono porque toda a gente tem histórias para partilhar e tu já sabes todas de cor, mesmo aquelas nas quais não participas. Tudo, bom ou mau, faz-nos sentir vivos. Á uns dias para cá eu li algo como "Estares triste, irritado, chateado, não significa que tens uma vida má, e sim que estás vivo." E também "A maior perda da vida é a perda das emoções." De certa forma essas frases conectam-se e giram em torno deste tema. Ninguém quer estar mal, estar em baixo, mas todos nós temos esses momentos, e eles de certa forma relembram-nos que estamos vivos, a sentir emoções, nós ainda sentimos. Todos precisamos de vez em quando de um lembrete emocional de que nós estamos a viver, a criar recordações, a sentir, a crescer (mentalmente e fisicamente). Viver não é existir. São verbos diferentes. "Estás a viver ou apenas a existir?". Outra citação de um autor desconhecido. É por isso que eu amo viagens de carro, olhar as paisagens que vejo todos os dias e não me canso de contemplar. Olha o céu estrelado, os vizinhos do prédio da frente a festejarem, a brisa fresca das noites de verão, aquele campo de futebol que está iluminado e que se encontra vazio ás 11 da noite, os bancos que de longe parecem relambrar um casal abraçado a olhar o céu. Não precisas de viver no país mais cobiçado para teres amor por todas as partículas do teu. Só precisas de viver.
Gira o disco e toca o mesmo
29-08-16
Vocês sabem aquela expressão que os "cotas" usam frequentemente? Ela passa de geração em geração, cuidado, um dia vão ser vocês e os vossos (possíveis) filhos vão chamar-vos cotas num blog. Isto ainda se chama assim ou a ideia já está muito ultrapassada? (Não vos vou mentir, eu estou frustrada. Dramas amorosos? Problemas existenciais? Também, mas não é isso. Eu escrevi um texto nesta mesma caixa de texto e estava a fluir tão bem, as ideias estavam lá, os pensamentos, a estrutura. E adivinhem só. Desapareceu magicamente, e aqui estou eu novamente a escrever sobre a mesma coisa a tentar lembrar-me. Irónico, porque eu estava a falar de delimitar as ideias, os atos de alguém e foi isso mesmo que me aconteceu agora. Prometo que vou dar o meu melhor. Estava a ouvir Capitão Fausto. Agora oiço publicidade.) Esta expressão é usada para descrever alguém repetitivo, que bate sempre "na mesma tecla" (outra expressão, wow). Não sai dali, bloqueia nas ideias. Mas essa mesma ideologia está muito mais presente do que vocês possam imaginar. Principalmente na música pop, aquelas mesmas músicas que passam todos os dias na rádio e que tu sabes o porquê de isso acontecer. Estão nos tops, as pessoas parecem ter gostado, terem comprado e ouvido até umas 5 vezes seguidas, e é isso que se quer. Se os espetadores gostam, quem somos nós para negar? É por isso que não me consigo encaixar numa profissão ligada á rádio, passar as mesmas melodias todos os dias porque elas mantêm espetadores bem humorados. Não me entendam mal, eu adoro rádio, mas fica cada vez mais díficil para mim ouvir a mesma. E eu fico uns 10 minutos a mudar de estação em estação, e passa sempre o mesmo. É cansativo. E isso acaba por refletir a música pop. É muito mais complexa e simples do que fazem entender que é. É um paradoxo. Aprendi essa palavra á uns 3 anos num livro, e achei-lhe tanta piada. O que mantém a música pop? Um certo delimite nos nossos atos, que mudam lentamente todos os nossos processos do quotidiano. Aquela sensação que temos quando sai um cd do nosso artista favorito e nós temos a obrigação implícita de ouvir tudo seguido e de nos sentirmos satisfeitos no final. Se não sentirmos significa que não gostámos e que não foi bom o suficiente. Isso é tão errado, no entanto considerado "normal". Eu acho bizarra a ideia de ter de ouvir tudo seguido, isso é como criar buracos numa estrada á medida que passo por ela. É tão boa a sensação de ouvir uma música do álbum de 2009, depois de 2012 e 2015. Eu até só ouvir uma música do primeiro cd e depois mudar de artista. Sabem a frase super popular do ano: "Black is the new black", que depois é adaptada de outras 1000 maneiras? Bem, o desgaste é o novo preto. Desgastar músicas, cds, artistas. É tão errado (volto a dizer). Não sigam os padrões do normal, só porque é visto como normal. Não se sintam obrigados a fazer algo porque foi assim que aprenderam. No final deste texto não me sinto aliviada nem muito menos satisfeita por ter escrito este texto porque sei que é uma versão barata do texto original que tinha quase ensaiado na minha cabeça. Mas acho que transpareci a base dos meus pensamentos, e isso é gratificante.